Mike Iora
Meio Engenheiro Civil (UFRGS), meio Médico (UFCSPA), nasci no ano de 1981 em Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil. Sempre tive fascinação por histórias de fantasia. Em 1999, então com 17 anos e inspirado pela obra-prima de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis, decidi criar meu próprio mundo de fantasia para utilizar como cenário para uma saga a ser desenvolvida com meu grupo de RPG, e desse jeito surgiu o mundo de Herannon.
Sete anos mais tarde, depois de ter algumas experiências positivas escrevendo fan-fictions ambientadas na Terra-média com personagens de minha própria criação, induzido e incentivado por amigos, decidi extravasar as ideias e então comecei a escrever histórias ambientadas em Herannon, combinando elementos de fantasia com características pragmáticas do mundo real.
Linha do Tempo
Em Ijuí/RS, minha cidade natal, durante a adolescência eu jogava RPG com meus amigos todos os finais de semana. À época, jogávamos principalmente Advanced Dungeons & Dragons. Como Mestre, inicialmente eu sentia falta de material de referência para “o mundo” das campanhas (já que não tinha acesso a suplementos como Forgotten Realms ou outros), motivo pelo qual comecei a usar como cenário o mundo de Arton quando publicado pela revista Dragão Brasil. Entretanto, desejando ter mais liberdade criativa e, motivado pela leitura de O Silmarillion, por fim resolvi criar meu próprio mundo-cenário, e assim surgiu Heranonn (essa foi a grafia original, até constatar que Herannon ficava mais elegante).
Nesta data eu me mudei para Porto Alegre. Tínhamos encerrado uma campanha de AD&D que culminava com o fim da 2ª Era de Herannon e, apesar da distância, comecei a planejar uma campanha para continuar o jogo, anotando as transformações que o mundo iria sofrer em um período de 100 anos, e criando personagens-chave neste contexto. Apesar de terem sofridos mudanças nos nomes, alguns personagens apresentados em O Filho Perdido já existiam desde o início (como Kyehn e a Matadora de Dragões), mas neste período foram criados (conceitualmente) personagens como Vedriny, bem como os grandes vilões de As Crônicas de Herannon (ainda não apresentados). Mas, infelizmente, o planejamento nunca foi posto em prática e abandonei o RPG por completo.
Embora eu já escrevesse histórias de fantasia pelo menos 7 anos antes disso, foi em 2003 que comecei a escrever com regularidade, usando personagens criados e interpretados por mim e por amigos da internet (na época do saudoso chat do Terra). Nessa época criei Aranedhel e Aglarion, entre outros, para interagir com Finwen (Janaína), Nartirë (Mônica), Liv Silverleaf (Raquel), Ceblanth (Doan), Eledhrien (Natália), Garion (Bruno), Mellrien (Sabrina), Alassë (Carolina), entre muitos outros. Baseados em nossos “jogos” de interpretação, os textos eram publicados diariamente em 2 blogs criados para este fim, chamados “Dor-en-erain” e “Laurelin”, e tinham um bom volume de leitores.
Apesar da experiência com os blogs, eu nunca tinha pensando em realmente escrever um livro até meados de 2006. Eu estava relendo Crônicas de Dragonlance (que já havia lido em 1997), mas, apesar de ter ótimas lembranças da história, me vi bastante decepcionado durante a releitura. Estava comentando sobre isso com uma colega de trabalho e argumentei algo como “acho que eu conseguiria fazer melhor do que isso”, ao que ela respondeu: “Por que não escreve os teus próprios livros?”. Resolvi seguir a sugestão e comecei a desenvolver as minhas histórias.
Tomando por base eventos que tinha planejado para a campanha de RPG que nunca ocorreu, comecei a escrever O Caminho da Vingança, livro que viria a contar as histórias do mago Aglarion, um elfo que não seria um herói e não teria o objetivo de salvar o mundo do Mal. Também planejei uma série de vários livros que dariam sequência a essa narrativa, resultando no projeto As Crônicas de Herannon.
Tive uma crise criativa que me impediu de dar prosseguimento à escrita de O Caminho da Vingança, e assim acabei me inspirando para escrever uma prequela da história, onde apresentaria Aglarion e outros personagens. No final de 2008 eu terminei aquele que teria sido meu 1º livro, e então enviei o manuscrito para análise de meu melhor amigo. Ele imprimiu o texto e fez incontáveis observações negativas ao longo das páginas, e por fim me entregou o volume avaliado, ocasião em que me disse algo como “é uma ótima aventura de RPG, mas não está boa como livro”. Ele também pontuou que eu estava muito apegado às regras e características do universo Dungeons & Dragons, e me deu uma perspectiva interessante: a de que levaria muitos anos para aprender a escrever um bom livro, bastava olhar as idades de escritores consagrados. Então, apesar de frustrado com o resultado do primeiro livro, resolvi mudar minha perspectiva e trabalhar melhor – e sem pressa.
Por fim, decidi que iria voltar um passo na cronologia pretendida e escrever uma pre-prequela de O Caminho da Vingança, para construir a história de Aglarion desde o princípio; foi assim que comecei a escrever O Aprendiz do Arquimago.
Neste dia fui “inspirado” a abandonar uma carreira estável na Engenharia Civil para tentar exercer a Medicina. Posteriormente isso motivou a matrícula em curso pré-vestibular e muita dedicação para conciliar trabalho em turno integral com os estudos para o ENEM, o que acabou prejudicando minha dedicação à escrita.
No final de 2014, por algum motivo resolvi reler o que já tinha escrito para o primeiro livro e, para minha surpresa, fiquei bastante satisfeito. A história ainda não estava concluída, então me dediquei a escrever os trechos/capítulos que faltavam e decidi que iria publicar o livro. Nesta data enviei uma proposta para a vanity press Chiado Editora, que me ofereceu os termos para publicação paga. A partir daí iniciei uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar a publicação do livro, ao mesmo tempo em que fazia as revisões finais do volume.
Depois de meses de revisões e após angariar recursos com o financiamento coletivo para viabilizar a publicação, neste dia foi (oficialmente) publicado meu 1º livro, O Aprendiz do Arquimago. A edição original teve uma diagramação horrível da Chiado Editora que deixou o volume com 630 páginas, fazendo o livro parecer muito maior, o que não é muito convidativo à leitura.
Nesta data foi realizada a sessão de lançamento de O Aprendiz do Arquimago, na Livraria Cultura do shopping Bourbon Country, em Porto Alegre. Durante a ocasião recebi a visita de vários amigos queridos, bem como tive a oportunidade de conhecer novos leitores que compareceram para o evento.
À convite da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo – SMCET, participei da 23ª Feira do Livro de Ijuí (minha cidade natal), tendo sido agraciado com uma entrevista para uma rádio local e com uma reportagem em um dos jornais da cidade.
Depois de muito empenho, nesta data recebi a aprovação para o curso de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Com isso, tive de largar meu trabalho e começar a me dedicar exclusivamente aos estudos, o que também não foi favorável para a escrita.
A pandemia de Covid-19 motivou o isolamento social e interrompeu as atividades acadêmicas, de modo que acabei tendo bastante tempo livre no primeiro semestre de 2020. Aproveitando o tempo disponível e um pouco de inspiração, retomei a escrita do 2º livro e consegui terminar a narrativa antes que a Universidade retomasse as aulas. Ainda assim, ao revisar o livro, constatei que alguns trechos não estavam me agradando e, por isso, resolvi aguardar e refletir sobre ideias para melhorar o conjunto da obra.
Quase 2 anos depois de “terminar” o novo livro, finalmente tive um ímpeto de criatividade que me inspirou para melhorar tudo aquilo que não tinha me agradado, e depois disso foram necessárias várias revisões criteriosas para considerar o livro apto para registro e publicação. Nesta data foi, enfim, publicado o meu 2º livro, O Filho Perdido. A falta de recursos para investir na arte de capa motivou a publicação exclusiva em e-book na Amazon, adiando o plano de publicar a versão impressa, bem como a 2ª edição de O Aprendiz do Arquimago.